Ossos da Urbe | Alexandre Alves

[Poesia]
Brochura, em papel avena 90g, 60pgs
Formato: 14 x 20 cm
Tiragem de 70 exemplares

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Ossos da urbe se constrói a partir de imagens da cidade, da estrada, do sertão, das pessoas. Contudo, a obra não se prende a uma exacerbação do eu disfarçado no coletivo, nem tampouco faz jus ao ideal de literatura regional. A “Cidade cega” (título de um dos poemas) pode ser Natal, Rio de Janeiro ou Manaus, tanto faz, pois o tom irônico de Ossos da urbe ressalta o realismo ambiental/social de qualquer grande cidade, para ficarmos somente nos trópicos. Na primeira parte do livro, a cidade – a cada poema – vai sendo exposta: suas fraquezas, o destino dos desvalidos, a exploração social, a indiferença dos sujeitos, a anulação do outro, a natureza morta. Daí que a cidade e o homem precisam ser intimados, pela poesia, a conhecerem a si mesmos perante um espelho em que a imagem refletida de si é o outro.
     Nesse processo de intimação, Alexandre Alves transita pela tradição, indo da marginalidade ao clássico da poesia brasileira, um verdadeiro fulgor de Drummond, João Cabral, Mário de Andrade, Jorge Fernandes, entre outros. Já na parte final, os “haicais tempestivos” bem poderiam ser chamados de haicais dos trópicos, um aprimoramento do que já fora feito desde o Modernismo, tal qual em “Aquário cego”, que toma como mote o poema “Cota zero”, de Drummond. Contudo, Alves já não mais enfatiza a relação homem/máquina – discutida na época do poeta mineiro –, agora a temática é homem/tempo.
     Ossos da Urbe não é poesia potiguar; é poesia brasileira. 
[Francisco H. Arruda de Oliveira, Professor de Língua Portuguesa/Literatura Brasileira – IFRN]

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