Daimon | Márcio de Lima Dantas

[Poesia]
Brochura, em papel pólen, 100pgs
Formato: 14 x 21 cm
Tiragem de 500 exemplares em gráfica

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 Construir um livro de poemas, desde a ossatura aos adornos sobre a pele e cabelos, é um exercício exigente e solitário, em que o autor estabelece uma busca pela beleza, por si mesmo e pelo outro, ainda que seja necessário cortar na própria carne ou na carne da palavra para alcançar essa meta.
Em Daimon, livro de poemas de Márcio de Lima Dantas, o autor provoca a construção do poema em cima dessa mesma constatação do exercício exigente e solitário, no entanto sua exigência é compartilhada – para não dizer “impelida” – ao leitor e sua solidão abre diálogo com antigas vozes do cânone literário. Seus versos flertam entre a provocativa prosa poética e o poema de ritmo único, a voz única que faz de Márcio um exegeta na arte da escrita. Cada corte é preciso, mas fluido, ainda que suas construções sejam sólidas como as colunas atenienses, em que o segredo do verbo não está no que se elude, mas propriamente no que se diz.
O exigido leitor de Daimon deve, e está avisado, seguir sua exegese – do helenismo, por exemplo – para poder desfrutar deste livro completamente. Márcio convoca seu leitor para que venha, ao mesmo tempo, munido e desarmado: como no transe do Oráculo de Delfos, as palavras estão ditas, mas cabe ao leitor lê-las com a profundidade que requerem; ainda que essas não venham soltas como as do Oráculo, mas numa ordem que perfaz a obrigação da poesia de dizer de maneira nova o que já fora dito ao longo da história das literaturas.
Márcio incorre em uma aventura muito perigosa neste livro: numa época em que se lê tão pouco – mesmo entre escritores – escreve um livro de poemas que se sustentam por um tênue fio de leitura e conhecimento, o risco de ser chamado de “escritor para escritores”, como fora Borges. E o leitor que aceitar este desafio, esteja certo, receberá sua recompensa digna, justa e bela. [Theo G. Alves]

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